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Manifesto do Crescimento

Eu sou fundamentalmente um opositor a qualquer forma de religião, seja ela passiva ou ativa. Todavia, valorizo, e muito, as tradições humanas. Eu prefiro olhar para as religiões e para as Igrejas como sociedades. Nesse aspecto analiso as interações sociais e culturais de tais instituições. Nunca rompi com os ideais humanos e sociais; rompi com Deus.

 

Toda e qualquer religião fundamentada em teologia é, no meu ponto de vista, uma fonte escravocrata do ser humano. Vivemos em um mundo conscientemente livre e incoerentemente escravo. Sou opositor a toda e qualquer forma de escravidão; a escravidão religiosa também. Não quero entrar no mérito da existência divina, restrinjo-me unicamente à criticar a escravidão religiosa.

 

É inadmissível que em pleno século XXI tenhamos que conviver com dogmas religiosos do tempo da “Idade da Pedra Quadrada”. Os tempos mudaram, o mundo mudou, as religiões precisam acompanhar essas mudanças. Visivelmente as religiões mais retrogradas apresentam rápido e maciço esvaziamento de fiéis ao passo que as mais modernas trilham o caminho contrário. As pessoas já sinalizaram, e isso a muito tempo, que buscam algo mais existencial, algo mais palpável e mais humano; coisa que não encontramos nas antigas religiões.

 

As “religiões modernas” por assim dizer, apresentam um rápido crescimento nos dias atuais. Isso mostra que as pessoas não querem afastar-se de Deus, pelo contrário, querem busca-lo, mas desejam uma busca racional e equilibrada. A obediência às custas do medo não funciona no Pós Moderno. O Deus, ou os Deuses antigos que obtinham a obediência e adoração dos humanos por meio do medo não têm mais poder para nos amedrontar. A ideia de que Deus pode nos causar algum mal, por simples vingança ou repreensão a nossos atos não tem mais sustentação.

 

Busca-se então atualizar as teologias, extirpar os dogmas e valorizar o social. Nesse sentido, muito se critica a principal religião de nosso planeta. A Igreja Católica Apostólica de Roma, a qual tem sedes e fieis espalhados pelo mundo inteiro e que a quase 2.000 anos dita as regras religiosas pós Cristo, sofre severas e fundamentadas críticas com relação à sua política religiosa da “Idade das Trevas”. O Papa, antes uma figura imponente, influenciadora e poderosa no cenário internacional, a décadas não passa de uma figura frágil e retrógrada. Simbolizando bem a Igreja ao qual representa.

 

Corrupção, luxuria exacerbada, injustiças, assassinatos, perseguições, mentiras e fraudes são alguns dos motivos que fazem os fiéis se debandarem aos montes para outras religiões. Celibato, pedofilia (por consequência do celibato), cânone ultrapassado, rituais exaustivos e repetitivos, dogmas ultrapassados entre outros completam a lista de reclamações. A Igreja tornou-se um antro de pecado ao longo de 20 séculos. Lembremos de nossos ancestrais reformadores da Igreja: Martim Lutero, João Calvino e Henrique VIII, que apesar de promíscuo, libertino, adultero e louco, contribuiu de forma significativa para a evolução do pensamento religioso. Nessa lista cabem outros nome de relevância significativa; como estes bravos homens devemos tomar para si o direito de decisão.

 

A Igreja de Roma pode até não assumir, porém um dos maiores bens acometidos à Entidade foi a rebeldia de Lutero. Este homem, de natureza um tanto quanto duvidosa, mas de coração puro, ousou desafiar a tirania do Clero e fincou as bases de uma nova forma de fazer religião. Um Deus Bondoso e Misericordioso ao invés do Tirânico

 

Impiedoso do Antigo Testamento e Idade Média. Lutero abriu os olhos do mundo e forçou

a Igreja a ceder. Se hoje temos uma Igreja Católica bem mais humanizada e caridosa, devemos isto, sem sombras de dúvidas ao nosso irmão de causa. A Religião livre, voltada diretamente aos preceitos de Deus, sem intermediários mundanos, sem tradições desnecessárias, sem ritos, desapegada de toda e qualquer forma de opressão, uma crença respaldada em nossa consciência e exaltada nos valores humanos é a Religião aceitável nesse novo milênio.

 

Agora acende-se uma luz no fim do túnel. Esta luz atendente pelo simples nome de Papa Francisco. (Papa Chiquinho entre os íntimos rsrsrs) A comunidade cristão do mundo inteiro encontra-se em alvoroço. Todos esperam pelos anúncios que virão em 2014. O Papa já acenou que vai promover mudanças profundas dentro da igreja. Ainda não sabemos que mudanças serão, mas cogita-se nos bastidores que serão históricas e será um marco para a Nova Igreja que se anuncia. Em outubro o Papa convocou um Conselho composto por Cardeais do mundo inteiro para debater e organizar um documento propondo mudanças na estrutura eclesiástica, Santa Sé e Cúria da Igreja de Jesus Cristo. Fala-se em abolir o celibato, permitir ordenação de mulheres, e expandir a moral sexual.

 

O mais urgente nesse momento para a Igreja é abrir-se para o pós modernismo. Claro que questões como economia e política também são importantes. A Igreja deve tornar-se um ambiente acolhedor, não só espiritualmente, mas fisicamente. A Igreja deverá tomar para si o papel de agente transformador da sociedade, ao invés de agente controlador de outrora. Os desafios são enorme. A começar pela alta Cúpula do Vaticano que tem em seus membros uma maioria tradicionalista. O Papa Francisco deverá enfrentar forte oposição dessa ala da Igreja. Esperamos que ele tenha forças, moral e política para enfrentar os desafios vindouros e torcemos para que ele seja o libertador da Fé Cristã das unhas maculadas da Igreja.

 

Acredito que a Igreja de São Pedro é o antro ideal para implantar e disseminar os Ideais evolucionistas da fé no mundo inteiro. Libertar os homens das Religiões é o primeiro passo para libertar-nos dos Deuses e tomarmos para nós as rédeas de nossas vidas, nossa morte e nossa pós morte. Chega de viver escondido atrás de morais infundadas e inaplicáveis. Chega de fugir, esconder-se e rezar por clemencia daqueles que sempre se opuseram à nossa condição privilegiada de humanos. É hora de uma Revolução! É hora de caminharmos sozinhos conduzidos por nossas consciências e moral. É hora de assumirmos nossos erros ao invés de atribui-los ao sobrenatural. É hora de crescer. 

 

Acopiara-CE, 27 de Dezembro de 2013.

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